sábado, 21 de agosto de 2010

Eu posso! Você não...

Ser - humano... Individuo movido por ações e reações, com capacidade de planejamento. Indivíduos psicologicamente diferentes entre si. Por que determinada palavra foi destacada? Será que ela é tão importante a ponto de ser sublinhada?


A maioria das pessoas não espera, de forma inconsciente pelo menos, que sejamos diferentes delas. Todos buscam por sua individualidade, entretanto quando nos deparamos com pessoas que mostram ter opiniões contrárias a nossa isto é duramente questionado.



Diferentes comportamentos também não são aceitos por nós, mas nos ofendemos quando nossa personalidade não é respeitada. Este vicio esta presente em todos os aspectos de nossa vida.

No trabalho:

Chefe – Você ultimamente chega ao trabalho muito atrasado! Seus 20 minutos de atraso serão descontados do seu salário!
Funcionário – Todos se atrasam alguma vez, mas tem motivo. O Senhor mesmo semana passada chegou todos os dias 1 hora atrasado. Tem algum motivo para isso?
Chefe – Você tem a coragem em me questionar? Está demitido! Além do que... Eu posso! Você não...



Em ambientes públicos:

Garota 1 – Aquelas garotas conversam muito! Não consigo me concentrar!
Garota 2 – Mas você também conversa...
Garota 1 – Mas não do modo que elas conversam. Elas querem chamar atenção!
Garota 2 – Na verdade você fala mais alto que elas...
Garota 1 – Você é minha amiga ou não? E além do que... Eu posso! Elas não...



Em casa:



Mãe – Eu não aguento mais estes livros e filmes do crepúsculo! Isto não serve para nada!
Filha – Mas quando você era mais nova gostava de Elvis, Menudos e John Travolta. Tinha cartazes e até hoje tem uma mecha do cabelo do Ricky Martin.
Mãe – Mas isto é diferente. Era outra época. Além do que... Eu posso! Você não...





Pai – Não acredito que você não passou no vestibular! O que você vai fazer da vida?
Filho – Mas não fui só eu, muitos não passam e ainda os que passam têm dúvidas em relação a sua carreira, é normal...
Pai – Se todos se jogarem de uma ponte, você também vai se jogar? Além do que eles podem! Você não...

Filho se levanta e sai andando...

Pai – Aonde você pensa que vai?
Filho – Vou ao banheiro cagar, posso pelo menos fazer isso ou é muito pra você?
Pai se desesperando – Onde foi que eu errei!
Filho indo ao banheiro – Criou um ser – humano ao invés de um robô...



Percebemos que em todos os momentos procuramos desculpas para justificar nosso comportamento, julgando assim o dos outros.



Percebo que grande parte das pessoas nos analisa psicologicamente, procurando significados que sejam racionais, pelo menos, a elas. Tudo isso, para encontrar uma razão lógica do porque agimos diferentemente de um padrão definido por elas. Venho pensando seriamente em perguntar a estas pessoas quanto cobram pela consulta dada. Não duvido que respondam a esta questão analisando este comportamento também.



Claro que como clássicos seres – humanos não iremos abandonar este vicio tão cedo. Então como deveríamos agir? Assumindo – o, mostrando a verdade, não sendo hipócritas em declarar que nosso comportamento é o certo e o dos outros não. Não dizendo que amamos ou respeitamos a todos de forma igual, blá, blá, blá... E na primeira oportunidade julga – los.



Admito que este vicio está ou esteve em minha vida muitas vezes. Mas na vida de quem não está? O que percebo quando julgo ou declaro minha opinião sobre certa pessoa, ou coisa é o modo como justifico isso. Se manifesto minha opinião de forma negativa em alguém, sei que é porque simplesmente não gosto dela, e sei que qualquer coisa que ela faça, refletirá de modo negativo em minha opinião, isto serve para outros momentos também, não só com pessoas. Assumo que não gosto e não procuro justificativas psicológicas para analisa – la e mostrar que não tenho frustrações. Frustrações estas que são mascaradas pelas minhas tentativas de análise.



7 pontos são importantes para minimizar os possíveis efeitos deste vicio:




1- Todos temos momentos em que julgamos e criticamos.

2- Se você não assume isto, está na categoria das pessoas do “Eu posso! Você não...

3- Se você assumiu, diga em voz alta “Não gosto de tal pessoa ou coisa, por isso tenho este comportamento. Posso não ter motivo, simplesmente não gosto dela...”

4- Todos temos direito em não gostar de algo, não sinta culpa em relação a isto, não é necessário criar argumentos. É normal do ser – humano não gostar de algo, sempre fomos assim, e continuaremos sendo.

5- Você tem direito a não gostar das pessoas, mas lembre-se elas também tem o direito de não gostar de você. As pessoas não precisam de motivos para isso, se alguém não gosta de você, é provável que algo em você a irrite, sem motivo algum. Não procure um entendimento filosófico sobre isso. A vida sem filosofia é muito mais tranquila de se viver.

6- Se você gosta de algo, assuma e lute por sua opinião, não deixe que outras pessoas menosprezem seus gostos. Todos tem direito a lutar pelo que acreditam.

7- Em último caso, ligue o Foda-se e seja feliz.


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