“Dois ursos que viviam em uma floresta, tinham o costume de invadir acampamentos roubando a comida de turistas desavisados. Um dia um caçador estava preparando seu almoço e enquanto a sopa esquentava em um grande caldeirão, o homem resolveu organizar melhor seus pertences, deixando assim a área livre para qualquer animal. Depois de alguns minutos os dois ursos foram atraídos pelo cheiro da comida, ambos sentiam muita fome, pois estavam há alguns dias sem alimento. O primeiro se aproximou, chegando mais perto do caldeirão e já percebeu a grande quantidade de sopa, o que o deixaria bem durante alguns dias. Quando o animal encostou no caldeirão sentiu a elevada temperatura, tentou mais algumas vezes, se ferindo em todas elas, mas percebendo que não valeria a pena, foi embora. O segundo urso se aproximou do caldeirão percebendo também o alimento e a temperatura do metal, mas com ele o resultado foi diferente. Tentando agarrar algumas vezes, se queimou em todas elas, mas suas tentativas cada vez eram mais agressivas, ao fim, mesmo com dores e graves queimaduras nas patas, agarrou com toda a sua força o pesado caldeirão, queimando assim o restante do corpo. A dor era insuportável, mas sua fome era ainda maior, ele sabia que estava sendo prejudicado, mas ainda desejava aquele alimento. Quando o caçador voltou encontrou o segundo urso morto e agarrado ao caldeirão, por todo seu corpo haviam profundos ferimentos, mas o alimento ainda estava com ele. O primeiro urso encontrava-se a alguns metros do local se alimentando de favos de mel que havia encontrado.”
Durante nossa vida, quantas vezes nos agarramos a pessoas, situações ou até comportamentos que só nos fazem mal? Muitas pessoas têm grande dificuldade em se desprender de algo, o que em muitos casos acaba prejudicando seu desenvolvimento.
Este ato de se apegar a algo ou alguém acaba deturpando o efeito do que aquilo esta nos causando. As pessoas de fora percebem nosso sofrimento ou nossa estagnação, mas nós temos dificuldade em perceber isso.
Não digo para abandonar nossos objetivos nos primeiros obstáculos, mas sim avaliar se aquilo que estamos lutando realmente vale a pena. Deve-se analisar se nossa luta por algo em algum momento obteve resultados, e quais foram estes, a partir daí definir se aquilo vale nossa dedicação ou não. E mesmo que obtivermos algum resultado, devemos avaliar se era o que esperávamos.
Devemos perceber também que no decorrer de nossas conquistas, seu desenvolvimento pode mudar. Você acredita que tem tudo que desejou em suas mãos, mas em alguns momentos a situação cria obstáculos antes desconhecidos, nesta hora você deve avaliar se abandona o que tem ou continua investindo em algo incerto.
Não existe uma receita pronta, um manual para nos orientar quando devemos lutar ou desistir, apenas nossos sentimentos em relação aquilo devem ser considerados, se você se sente bem e percebe bons resultados, ou um bom desenvolvimento, siga o mesmo caminho. No entanto quando percebemos que o que temos só nos faz mal, causa sofrimento, sinto lhe informar que é hora de escolher algo novo, procurar novos objetivos, superar...
Nos últimos dias, depois de começar a analisar algumas situações, percebi que meu comportamento, como exemplo em relação a profissão que quero seguir, ou minha reação a diferentes coisas, estava agindo como o segundo urso... Não quero isso, não quero me agarrar a coisas ou pensamentos que só prejudicam minha vida. Cada pessoa define que urso será em sua própria história. Agora em minhas escolhas quero ser como o primeiro. E você? Qual urso quer ser?
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